Impeachment à vista? Lula é acusado de comprometer relações com os EUA
- Giovana Cáceres

- 16 de jul.
- 2 min de leitura
Deputado Nikolas Ferreira protocola pedido com 72 assinaturas e aponta crimes de responsabilidade; cenário internacional e derrota do governo no Congresso agravam a crise.
Em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) apresentou nesta terça-feira (15) um pedido formal de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento foi protocolado e entregue ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos- PB), e contou com o apoio de 72 parlamentares, ainda que o número não seja suficiente para dar andamento imediato ao processo.
O estopim, segundo Nikolas, foi a postura do presidente Lula diante das declarações do presidente norte-americano Donald Trump e a resposta considerada "irresponsável" no campo da diplomacia, colocando em risco a imagem internacional do Brasil. O pedido aponta crimes de responsabilidade previstos na Lei nº 1.079/1950:
Item 6, artigo 5º: celebração de acordos que comprometam a dignidade nacional e a existência política da União;
Item 7, artigo 9º: atentado ao direito de propriedade.
O processo ainda precisa do aval do presidente da Câmara para ser aberto, além de maioria qualificada dos deputados necessários, 342 votos favoráveis para que avance ao Senado. No momento, o Congresso está em recesso parlamentar, que termina em agosto.
Mas os próximos 15 dias serão decisivos para os bastidores políticos.
O contexto favorece os opositores: Lula sofreu uma derrota no Congresso com a derrubada do aumento do IOF, e sua popularidade está em queda. A avaliação entre os próprios parlamentares é de que o governo perdeu o controle da articulação e está afundando a economia e as relações internacionais do país.
Para muitos parlamentares e apoiadores da proposta, a hora é agora. O discurso é claro: mostrar que Lula e seus aliados não são donos do poder e que nem mesmo o presidente da República está acima da lei. O pedido de impeachment é também uma resposta ao avanço autoritário percebido por parte da oposição ao STF, uma tentativa de frear e mostrar que os ministros não podem passar por cima de todas as estâncias e dominar todos os poderes do Brasil.
Mas o sucesso do processo depende da mobilização das ruas, do apoio da sociedade civil, e de como o próprio governo vai reagir nas próximas semanas – tanto nas relações internacionais, quanto no diálogo interno com o Congresso.
E diante desse cenário, fica o tema para reflexão: até agora, o brasileiro tem assistido calado à escalada de crises, vendo o país entrar em colapso. O impeachment é uma incógnita. Mas uma coisa é certa: em 2026 teremos eleições. E a pergunta que não quer calar é, o brasileiro vai continuar defendendo lados, bandeiras, preso a uma polarização que só afunda o país?




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