O fim do ‘mito’? Pré-candidatos de direita se afastam de Bolsonaro”
- Eric Rudhiery Albuquerque

- 17 de ago.
- 2 min de leitura
À medida que a corrida para 2026 ganha forma, nomes como Romeu Zema, Tarcísio de Freitas e Ratinho Junior têm buscado se afastar de Jair Bolsonaro e do peso político que ele carrega atualmente.
O ex-presidente, hoje inelegível, investigado, usando tornozeleira eletrônica e com o filho Eduardo nos Estados Unidos pedindo mais sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, já não exerce a mesma influência sobre a direita, e sua imagem de “mito” se mostra cada vez mais desgastada, se alinhando com Lula na queda de popularidade entre seus pares.
Pesquisas recentes confirmam essa tendência. Levantamento da Ipsos-Ipec mostra que 30% dos brasileiros rejeitam mais Bolsonaro, 29% rejeitam mais Lula e 22% rejeitam ambos, revelando um eleitorado saturado da polarização. Outro estudo, da Genial/Quaest, indica que 66% não querem Lula como candidato em 2026 e 65% também rejeitam Bolsonaro. Já o AtlasIntel revelou que 53% desaprovam o governo Lula, e dados da CNT mostram que 35% dos eleitores preferem um nome que não seja nem Lula nem Bolsonaro.
Esse cenário de cansaço popular com os dois polos explica a mudança de postura dos pré-candidatos da direita. Em seus discursos, evitam citar Bolsonaro, abandonam frases de efeito extremistas e apostam em uma comunicação mais pragmática. As falas agora giram em torno de suas experiências pessoais como gestores, destacando cortes de gastos, projetos de responsabilidade fiscal e resultados obtidos em seus estados. A estratégia é se apresentar como alternativa viável, sem cair nos desgastes da polarização.
Do outro lado, o governo Lula também acumula sinais de desgaste. Segundo o Paraná Pesquisas, 55% desaprovam sua gestão e apenas 42% aprovam. A Ipsos-Ipec mostra que 43% avaliam o governo como ruim ou péssimo, contra 25% que consideram bom ou ótimo. Esses índices negativos reforçam o vácuo político e aumentam a percepção de que o eleitor brasileiro está disposto a buscar novos nomes.
Nesse contexto, Zema, Tarcísio e Ratinho Junior tentam ocupar espaço apresentando-se como lideranças capazes de enfrentar os problemas do país sem repetir o duelo Lula x Bolsonaro que marcou os últimos anos. Resta saber se esse afastamento calculado do bolsonarismo será suficiente para conquistar o eleitorado em 2026 ou se a polarização ainda terá força no pleito.




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