Opinião Política: Profetas do Caos via Internet
- Eric Rudhiery Albuquerque

- 24 de jul.
- 2 min de leitura

É impressionante como os chamados “profetas do caos” seguem um roteiro previsível.
Na política, especialmente, suas estratégias são idênticas: espalham previsões apocalípticas para seu público alvo, forçam um senso de urgência artificial que obriga os desavisados a agirem sem nem saber o que e porquê, operam sempre no mesmo tom alarmista. “Assista antes que apaguem!”, “Compartilhe antes que derrubem o vídeo!”, ''Urgente''... Frases que se multiplicam, mas nunca se confirmam. No fim, o pânico passa, o caos fica, e a realidade permanece bem menos dramática do que se alardeava. A verdade? Essa já desceu no ponto anterior.
O medo continua sendo a ferramenta mais eficaz de manipulação de massas. Há séculos, ele é usado como gatilho para controle social. A ameaça do caos, do inimigo invisível, do colapso iminente, torna as pessoas vulneráveis, submissas, incapazes de pensar criticamente.
Na política brasileira, os exemplos são abundantes e grotescos. Em eleições passadas, a esquerda anunciava que Bolsonaro construiria campos de concentração para matar homossexuais caso vencesse as eleições. Do outro lado, que Lula fecharia igrejas e prenderia pastores. Nenhuma dessas previsões se cumpriu. O tempo passou e o Brasil continuou... o mesmo. Um país estagnado, onde direita e esquerda jogam a população uma contra a outra, enquanto, nos bastidores, a velha classe política segue intacta, remendando esse navio furado chamado Brasil com narrativas polarizadas.
Agora, com Trump taxando o Brasil, vemos novamente a confusão tomar forma. A direita silencia ou aplaude por conveniência o caos gerado pela família Bolsonaro enquanto a esquerda finge que o desastre Lula tem alguma influência no cenário internacional. Mas a verdade é simples: o foco de Trump é a China. O Brasil, mais uma vez, é apenas o bode expiatório, um exemplo simbólico para assustar os demais países que se alinham com o ''Oriente das ditaduras''.
No fundo, a pergunta que não quer calar é: até quando o brasileiro continuará vendendo sua inteligência por uma fake news de WhatsApp?
Até quando vamos aceitar ser massa de manobra de políticos e seguidores de políticos que vivem em bolhas ideológicas, distantes da realidade, idolatrados por seguidores que repetem suas frases como se fossem verdades absolutas?
Não falo aqui como alguém que defende um lado. Não tenho lado. Defendo, isso sim, um Brasil com cidadãos que pensem por si mesmos. Um povo que desconfie do barulho, questione as certezas fáceis e valorize sua própria capacidade de análise.
Um país onde os “profetas do caos” não tenham mais palco, porque a inteligência coletiva não se curva ao medo e nem aos idólatras.




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