Opinião: Pulem do barco furado!
- Eric Rudhiery Albuquerque

- 4 de ago.
- 2 min de leitura

São 20:30 de uma Segunda-feira, e eu decidi sentar aqui no notebook para lembrar-vos que a política tem dessas ironias que nem o mais criativo dos filósofos ousaria escrever.
Se você não é daqui do estado, senta que lá vem história: Aqui no Mato Grosso do Sul, um partido que um dia se proclamou bastião da direita agora recebe de braços abertos um velho nome da velha política. E há quem se espante. Como se fosse surpresa o vinho azedo que sai da uva podre.
Nos bastidores, o choro é contido. Há militantes feridos, líderes confusos, eleitores com cara de noiva que foi traída no altar. Mas quem ama demais uma sigla corre o risco de virar cúmplice dos próprios algozes. Lutar internamente por mudanças em estruturas apodrecidas é o equivalente político a tentar consertar um navio em alto-mar, com fita isolante e oração.
A verdade é que alguns partidos já não lutam por ideias, mas por cargos. Não representam mais princípios, apenas interesses. E há os que ainda acreditam que, com um pouco de boa vontade, é possível reacender a chama. Ora, se a luz se apagou faz tempo, talvez seja hora de parar de soprar o pavio e aceitar a escuridão.
Eu observo de fora. Não faço parte desse círculo. Não sou íntimo dos bastidores, nem pretendo ser. Mas do lado de cá, o mundo é NOVO e a lucidez ainda tem espaço, é fácil perceber que muitos insistem em negar o que está diante dos olhos. Preferem defender o indefensável a admitir que apostaram errado.
Apegos partidários, afinal, são como paixões adolescentes. Intensas, confusas, e muitas vezes cegas. Mas a maturidade cobra escolhas. E uma delas é sair de onde não há mais dignidade. Permanecer num lugar onde a ética virou enfeite é declarar falência moral.
Se eu pudesse dar um conselho, seria este: vá para onde o respeito ainda é regra. Onde princípios não são negociáveis. Onde não se aceita a desculpa da governabilidade para justificar alianças vergonhosas. Onde integridade não é discurso de campanha, mas prática cotidiana.
Eu poso aqui te dar mais uns 30 motivos pra abandonar o barco furado...
Não se iluda achando que uma luz virá apagar o incêndio. O que se vê não é fumaça, é fogo. E quem ainda acredita que dá pra salvar o que já apodreceu por dentro, corre o risco de sair queimado.
Aos que ainda insistem, deixo só isso: eu lamento. Lamento pela esperança perdida, pela ingenuidade persistente e pela cegueira voluntária. Mas lamento com serenidade, porque sei que há caminhos novos.
E novos caminhos exigem novas escolhas.
Quem quiser continuar remando no barco furado, boa sorte. Os outros, que ainda preservam a lucidez, há um mundo NOVO.




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