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Bolívia decide: Eleições expõem fim da era Morales e nova disputa de poder

  • Foto do escritor: Giovana Cáceres
    Giovana Cáceres
  • 16 de ago.
  • 2 min de leitura

Pela primeira vez em 20 anos, duas figuras de centro-direita lideram a corrida; o antigo partido hegemônico está em queda livre.

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Neste domingo, 17 de agosto de 2025, a Bolívia vai às urnas em um pleito que pode redefinir os rumos políticos do país. Diferente de todas as eleições das últimas duas décadas, o Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales, não lidera a corrida e amarga menos de 10% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas.


A fragmentação do MAS começou após o rompimento entre Morales e o atual presidente Luis Arce. Sem acordo sobre um nome único para disputar a presidência, o partido perdeu força e hoje vive seu pior momento desde 2006. Evo, inabilitado politicamente, chamou seus apoiadores a anular o voto ou se abster das urnas como forma de protesto, movimento que, de acordo com os levantamentos, pode alcançar até 15% do eleitorado.



Dois nomes despontam como protagonistas da disputa. Jorge Quiroga, ex-presidente (2001–2002) e conservador liberal, aparece com cerca de 22% das intenções de voto. Ele defende uma guinada liberal para a economia boliviana, inspirada no modelo de Javier Milei na Argentina, com foco em privatizações, redução de gastos estatais e atração de investimentos estrangeiros.


Na outra ponta está Samuel Doria Medina: Empresário histórico e moderado, com 18% das intenções de voto. Vice-presidente da Internacional Socialista, ele se apresenta como um candidato de centro prometendo mesclar “o melhor da esquerda e da direita” em um governo de conciliação. Medina busca se diferenciar do socialismo de Morales, mas sua ligação internacional ainda causa receio em parte da população boliviana.

A eleição ocorre em meio a crise econômica grave na Bolívia: inflação alta, escassez de combustíveis e falta de reservas cambiais


Enquanto cresce a expectativa para o primeiro turno, um dado já chama atenção: pela primeira vez desde a Constituição de 2009, o MAS não aparece entre os favoritos e a disputa deve ser decidida entre novos protagonistas, possivelmente em segundo turno. Esse cenário traz esperança de renovação, mas também aumenta a tensão política no país.


A preocupação se agrava diante de uma manobra recente do atual presidente Luís Arce, que, a apenas três dias do pleito, realizou mudanças na cúpula militar. A decisão gerou críticas e levantou dúvidas sobre possíveis tentativas de interferência no processo eleitoral.

O resultado das eleições bolivianas também terá impacto regional. Caso o país rompa de vez com o socialismo, poderá se alinhar a novas políticas liberais da América do Sul, enquanto o Brasil cada vez mais isolado dentro do hemisfério observa de perto os desdobramentos.


O que está em jogo neste domingo vai muito além de escolher um novo presidente. É o fim de um ciclo que marcou gerações e a possibilidade de a Bolívia escrever um capítulo inédito em sua história política.

2 comentários


Urias Fonseca Rocha
Urias Fonseca Rocha
17 de ago.

Boa noite!!


Amigo isso não é verdade!


Morales tinha 62% das intenções de votos a ganharia no primeiro turno, Morales foi arrancado da corrida presidencial.


Estive verificando isso pessoalmente em Cochabamba e Santa Cruz de lá Siera!!


Urias Rocha BR

Jornalista independente e Membro da ADESG

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 Eric Rudhiery Albuquerque
Eric Rudhiery Albuquerque
17 de ago.
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Boa noite, Urias! Obrigado por comentar. Interessante sua pesquisa, caso queria apresentar o material, podemos publicar. É sempre bem vinda a informação em fonte primária.

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