EUA ampliam restrições para concessão de vistos e passam a considerar obesidade grave como critério de negação.
- Giovana Cáceres

- 13 de nov.
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Nova diretriz do governo Trump busca evitar que imigrantes representem custos médicos elevados ao sistema público americano e reforça o endurecimento da política migratória dos Estados Unidos.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou uma nova diretriz que amplia os critérios de saúde que podem resultar na negação de vistos, incluindo casos de obesidade grave. A medida, que integra o conjunto de ações do governo de Donald Trump para reforçar o controle migratório, é direcionada a pessoas que desejam residir no país e tem como objetivo evitar que imigrantes se tornem um “fardo” para o contribuinte americano.
A nova orientação foi encaminhada a embaixadas e consulados dos EUA em todo o mundo e confirmada pelo porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Tommy Pigott. Segundo ele, a política busca colocar “os interesses do povo americano em primeiro lugar”, garantindo que o sistema de imigração não onere os cofres públicos.
Fontes ligadas ao governo norte-americano esclareceram que as novas regras atingem apenas vistos de residência, não afetando turistas ou estrangeiros que viajam para tratamentos médicos e possuem recursos para custeá-los. O Departamento de Estado já possui, há mais de um século, a prerrogativa de negar vistos a solicitantes com alto potencial de se tornarem “carga pública”, ou seja, dependentes de assistência governamental.
De acordo com o site especializado KFF Health News, que teve acesso ao comunicado, o documento lista uma série de condições médicas que poderão ser analisadas de forma mais rígida. Entre elas, estão doenças cardiovasculares, respiratórias, câncer, diabetes, doenças metabólicas, neurológicas, mentais e casos de obesidade severa, que podem gerar custos hospitalares de centenas de milhares de dólares.
A medida se soma a outras restrições recentes na política de vistos americana, como o aumento da taxa de emissão de US$ 185 para US$ 250, a obrigatoriedade de entrevistas presenciais e a exigência de que estudantes e intercambistas tornem públicos seus perfis em redes sociais durante o processo de solicitação.
Especialistas em relações internacionais e direitos humanos têm criticado a decisão, apontando que ela pode reforçar a discriminação contra pessoas com condições médicas crônicas e representar uma barreira desproporcional a imigrantes de países em desenvolvimento. Já o governo norte-americano defende que a triagem é necessária para “proteger os contribuintes” e garantir um sistema de imigração “autossustentável e justo”.
Com a medida, os Estados Unidos reforçam o tom de endurecimento migratório, sinalizando que a saúde e a condição econômica dos solicitantes continuarão sendo fatores decisivos no processo de imigração uma política que deve gerar intensos debates dentro e fora do país.




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