Moraes decide que Bolsonaro continuará preso na superintendência da PF.

Ex-presidente já estava preso desde sábado por violar a tornozeleira eletrônica; decisão reforça punição pela trama golpista e tenta evitar tumultos e risco de fuga.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (25) que o ex-presidente Jair Bolsonaro inicie o cumprimento da pena de 27 anos e três meses por participação na trama golpista na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília.

Bolsonaro já estava detido desde a manhã de sábado (22), após agentes da Polícia Federal cumprirem ordem de prisão preventiva expedida por Moraes.

A operação ocorreu sem uso de algemas e sem exposição midiática, seguindo protocolos aplicados a ex-presidentes.

A prisão preventiva, no entanto, não correspondia ao início da execução da pena. Ela foi decretada por causa de uma violação da tornozeleira eletrônica, admitida pelo próprio ex-presidente durante audiência de custódia.

Bolsonaro alegou que a retirada do equipamento ocorreu por “paranoia” provocada por medicamentos que estaria utilizando.

Além da violação, Moraes também levou em consideração a convocação de uma vigília próxima à residência onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar.

Segundo o ministro, a movimentação poderia gerar tumultos, mobilizações de risco e até facilitar “eventual tentativa de fuga do réu”.

Com a nova decisão, o ex-presidente deixa a condição de preso preventivo e passa oficialmente ao estágio de cumprimento de pena pela tentativa de golpe, condenação que já havia tornado Bolsonaro inelegível por décadas, afastando-o das próximas disputas eleitorais.

A expectativa agora é que a defesa apresente novos recursos ao Supremo, mas a determinação de Moraes marca um dos capítulos mais decisivos e históricos no processo envolvendo a tentativa de ruptura institucional que abalou o país.