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Opinião: Quando a família era o centro de tudo

  • Foto do escritor: Giovana Cáceres
    Giovana Cáceres
  • 10 de ago.
  • 2 min de leitura

Entre lembranças e realidades, a reflexão sobre como a união familiar se perdeu e como ainda há esperança de resgatar.


A família sempre foi algo sagrado. Mas, na modernidade, seu valor parece cada vez menos reconhecido. Basta olhar para o passado e lembrar como o sentido de “família” tinha um peso enorme. Hoje, para muitos, até o amor parece ter se perdido.


Muita gente carrega na memória aquela casa cheia, os almoços de domingo, a mesa farta, as conversas jogadas fora e as risadas que preenchiam o ar. Agora, no presente, o cenário mudou. Em muitas famílias, esses momentos se apagaram. É triste perceber como o mundo ficou mais vazio, e como o sentido de união se perdeu.


Antes, a família não era só a de sangue. Era também a do vizinho, dos amigos, e até de conhecidos que, juntos, se tornavam parte de um grande círculo de afeto. Hoje, tudo está mais superficial. Ao observar o comportamento das pessoas em espaços públicos, é fácil perceber a falta de paciência e de atenção. Olhares perdidos, desinteresse com as crianças, gente fechada em seu próprio mundo. Muitos se afastaram por divergências ideológicas ou por orgulho, trocando afeto por isolamento.


Cenas de famílias realmente unidas se tornaram raras. Mas dias atrás, em Campo Grande, vivi algo que me inspirou. Caminhando pela cidade, encontrei quatro famílias de amigos reunidas. Todas compostas por dois adultos, e, no caso da que tinha menos filhos, eram quatro crianças agarradas à barra da saia da mãe. Vestiam camisetas iguais, estampadas com o nome “Família Camarada” e entoavam gritos de união. Depois, vinham as palavras de ordem misturadas com brincadeiras voltadas às crianças uma interação que só se via no passado, com sorrisos leves, espontâneos e cheios de vida. Era diferente. Era chamativo.


Ao observar aquela cena, minha mente viajou entre passado e presente. Perguntei a mim mesma: em que momento algumas famílias se perderam? Quando pensar de forma diferente virou motivo de deboche? Quando os valores simples deixaram de ser admirados? Hoje, parece que a vida superficial e a comparação constante ganharam espaço. Muitos vivem para mostrar, não para sentir.


Famílias que não se olham, que não compartilham momentos, deixam de repassar princípios para as novas gerações. Crianças estão crescendo sem memórias de conversas com avós, sem almoços de domingo, sem aquele afeto que forma alicerces emocionais. O mundo virtual disputa e muitas vezes vence a atenção que antes era dedicada ao convívio.


Mas, ao ver a “Família Camarada”, cresceu em mim a esperança. Ainda é tempo de resgatar o que se perdeu, de amar mais e replicar coisas boas do passado. Quem sabe, se mais famílias seguirem esse exemplo, a empatia volte a reinar?

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