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Você piscou... e o ano passou. Mas e a sua vida, passou junto?

  • Foto do escritor: Giovana Cáceres
    Giovana Cáceres
  • 8 de jul.
  • 2 min de leitura

Uma reflexão sobre o tempo, o vazio dos dias corridos e o quanto estamos nos perdendo de nós mesmos sem nem perceber.


Leitor, aqui quem fala é o tempo.

Chegamos a julho de 2025. A correria, a falta de pausas, o olhar fixo no que achávamos importante, mas talvez nunca tenha sido. Pequenos gestos antes admirados se tornaram banais. Tudo parece mais distante, vazio, escuro.


Pessoas vivem no automático, esperando por algo que não chega. E a pergunta insiste: em qual ponto tudo começou a se perder?


As 24 horas já não bastam. Muitos clamam por tempo e, ironicamente, tantos o têm, mas não sabem o que fazer com ele. Os minutos voam. As horas se dispersam. Os dias evaporam. E quando nos damos conta, mais um mês se foi. Às vezes, em um raro momento de lucidez, nos perguntamos: o que eu fiz até agora?

Mas logo voltamos ao piloto automático. Ciclos viciosos. Até um novo despertar. E então o ano acaba. E nada mudou.


Dizem que o mal do século são as redes sociais. Talvez sejam. Quando usadas sem consciência, consomem o que temos de mais precioso.

Mas o problema é mais profundo. Levar tempo já não é visto como valor. Uma leitura demorada, uma conversa que te fazia evoluir em horas, práticas que te formavam para a vida… estão sendo esquecidas.


Hoje, o superficial ganha prioridade.

O tempo que poderia ser usado para buscar conhecimento e sabedoria, que te daria discernimento para os dias difíceis, está sendo desperdiçado.

Vivemos numa geração que se olha no espelho e só enxerga a própria imagem. Que pergunta: “por que vou perder tempo olhando para o outro?”

A empatia sumiu do olhar.


Houve um tempo em que viver com qualidade era prazeroso. Em que aproveitar o tempo era uma arte. Hoje, muitos só querem que ele passe.

Culpam o ano, culpam a rotina, culpam tudo… esperando que o próximo ciclo seja melhor.


Mas a pergunta que fica é:

em que tempo vamos acordar?

Em que momento vamos refazer essa rota cansativa da corrida dos ratos?

Em que instante vamos perceber que o tempo só vale quando é vivido com verdade, lembranças, conexões?


Talvez, lembrar do passado não com saudosismo, mas com gratidão possa nos ensinar a reviver princípios.

E reencontrar o prazer de simplesmente estar.

No tempo certo. No tempo vivido. No tempo presente.

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